247 – Em entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews, nesta segunda-feira (18), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), mostrou submissão política ao comentar os ataques do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) contra governadores de direita. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro chamou de “ratos” os governadores que se distanciam do bolsonarismo. Em vez de revidar, Caiado declarou compreender o gesto. “Entendo esse desabafo e esse desespero de um filho que vê um pai, querendo ou não, numa prisão domiciliar sem sequer ser julgado”, disse.
A entrevista foi publicada pelo G1, no blog de Andreia Sadi. Segundo Caiado, não há impedimento para que governadores lancem suas pré-candidaturas sem depender da escolha do ex-presidente. “Não pode mais pairar nenhuma dúvida em relação a esse assunto, isso não existe. Todos nós somos pré-candidatos. Nenhum outro candidato, neste momento, vai criar uma situação de cancelamento de outras pré-candidaturas”, afirmou.
Mesmo após ataques diretos, como a ofensa pública de Carlos Bolsonaro, líderes da direita continuam a rastejar em busca de espaço dentro do campo bolsonarista. Caiado, em sua fala, deixou claro que pretende manter a proximidade com a base eleitoral ligada ao clã Bolsonaro, ainda que precise aceitar insultos.
Para o governador, a disputa interna é inevitável: “O jogo político é por aí. Você não tem reserva de mercado, só pode ser A, só pode ser B. Todos que quiserem se colocar no jogo podem se colocar. Esse é o jogo democrático. Quem tiver mais competência e mais capacidade de voto, que chegue ao 2º turno”.
A submissão como estratégia
O episódio revela o quanto os governadores de direita, mesmo com poder político próprio, preferem não confrontar a família Bolsonaro e, em muitos casos, acabam se humilhando para não perder o apoio desse grupo. Ao relativizar a ofensa de Carlos, Caiado exemplificou o comportamento de parte da direita que, mesmo desprezada, insiste em se manter vinculada ao bolsonarismo.