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APRESENTADOR GILBERTO BARROS É CONDENADO A DOIS ANOS DE PRISÃO POR HOMOFOBIA


O apresentador Gilberto Barros, também conhecido como “Leão”, foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) a dois anos de prisão pelo crime de homofobia. A informação foi divulgada nesta terça-feira (16) pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo. A sentença foi dada por causa das declarações sobre a comunidade LGBTQIA+ feitas pelo comunicador no programa “Amigos do Leão”, publicado em seu canal do YouTube em setembro de 2020.

No vídeo, Barros comentava sobre os 70 anos da TV brasileira, quando recordou os tempos em que trabalhava na Rádio Globo, na década de 1980. Ele disse que, na época, tinha que presenciar “beijo de língua de dois bigodes” ao estacionar o carro, e que isso acontecia porque o prédio do veículo de comunicação ficava em frente a uma boate voltada ao público LGBTQIA+. “Não tenho nada contra, mas eu também vomito. Eu sou gente, ainda mais vindo do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente, faz. Apanha os dois, mas faz”, completou. Assista ao vídeo completo abaixo:

De acordo com Bergamo, a juíza Roberta Hallage Gondim Teixeira, que decretou a sentença, substituiu a privação de liberdade por medidas restritivas de direito, já que Leão é réu primário e pena foi menor do que quatro anos. Com isso, o apresentador vai ter que prestar serviço à comunidade por dois anos e pagar cinco salários mínimos, valor que vai ser revertido na compra de cestas básicas para organizações sociais. A decisão ainda cabe recurso.

A magistrada falou que houve “agressividade das palavras aplicadas, as quais discriminaram os homossexuais especialmente diante do uso da palavra ‘nojo’”, e que a comunidade LGBTQIA+ foi atingida pela fala. “A manifestação verbal do acusado ajusta-se à prática e indução da discriminação e preconceito em razão da orientação sexual, não havendo falar-se em liberdade de expressão na medida em que esta não abarca o discurso de ódio”, afirmou ela.

A defesa do comunicador negou a acusação, mas confirmou as declarações feitas por Barros. Segundo a colunista, os advogados relataram que o réu ficou constrangido com a situação, “pois sempre usou sua arte ou ofício para melhorar o país”. Além disso, eles também justificaram que “pelo seu sangue italiano, ele costuma falar muito”, mas “jamais teve a intenção de incitar a violência”.

Gilberto foi denunciado ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pelo jornalista William De Lucca. O ativista comemorou a decisão na sua conta no Twitter. “Hoje é um dia histórico: pela primeira vez uma pessoa foi condenada a prisão por homofobia. Gilberto Barros, o Leão, foi condenado a 2 anos de prisão por crime de homofobia em um processo movido por mim (e tocado pelo Dimitri Sales e a Fernanda Nigro)”, escreveu ele.

Hugo Gloss/UOL

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