
O tempo mostrou que Garibaldi Filho estava certo. Meses atrás, o ex-senador já alertava que a situação financeira do Rio Grande do Norte — atolado em dívidas superiores a seis bilhões de reais — tornaria insustentável qualquer projeto eleitoral do vice-governador Walter Alves para 2026. E foi exatamente o que aconteceu.
Antes mesmo de a crise fiscal se tornar pública, Walter havia comunicado ao pai que não disputaria a reeleição. A decisão, que inicialmente soou como estratégia, hoje se revela uma constatação: administrar o Estado como governador eleito significaria herdar um rombo que pode comprometer qualquer trajetória política.
Mesmo assim, ele assumirá o comando do RN por nove meses, quando Fátima Bezerra deixar o cargo para disputar o Senado. Esse período, porém, abre outra porta. Ao governar temporariamente, Walter poderá fortalecer o MDB e projetar o partido como uma das principais forças do Estado, mantendo influência sem carregar o desgaste de gerir uma máquina financeira em colapso.
Fontes próximas ao vice revelam que ele também avalia ocupar um espaço na cúpula nacional do MDB, onde teria atuação estratégica e sem o peso de administrar um Estado quebrado.
No fim, a equação fecha: a renúncia eleitoral de Walter confirma com exatidão o que Garibaldi já previa — o RN, do jeito que está, é inviável para qualquer gestor que queira preservar futuro político.
Por Robson Pires
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