
Diplomatas ligados ao presidente Donald Trump têm pressionado o Brasil por acesso irrestrito a duas importantes infraestruturas militares: a Base Aérea de Natal (BANT) e o Aeroporto de Fernando de Noronha (SBFN). A justificativa apresentada é um “direito histórico de retorno operacional”, com base em investimentos feitos pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. A proposta visa o uso estratégico dessas bases para ampliar o controle e a vigilância no Atlântico Sul, especialmente em um contexto de crescente atividade de potências extrarregionais.
Fernando de Noronha, devido à sua localização equatorial, é visto como um ponto ideal para vigilância oceânica, enquanto a Base Aérea de Natal, histórica desde a Segunda Gue:rra Mundial, oferece vantagens logísticas para operações intercontinentais e para monitoramento de áreas críticas, como a África Ocidental. Juntas, essas infraestruturas poderiam ampliar a presença estratégica dos EUA na região e complementar sua rede de bases internacionais, criando um arco de contenção no Atlântico.
O governo brasileiro, no entanto, vê com cautela essa pressão, pois permitir tal acesso implicaria em comprometer sua soberania e poderia ser interpretado como uma submissão estratégica. A Constituição brasileira exige que qualquer cessão de instalações militares a forças estrangeiras seja autorizada pelo Congresso Nacional, o que torna a proposta americana juridicamente inviável, segundo especialistas. A negativa da proposta, no entanto, enfrenta desafios internos, com algumas fontes no governo brasileiro expressando inquietação sobre as consequências de rejeitar essa demanda.
A situação coloca o Brasil em uma encruzilhada sobre como equilibrar sua autonomia estratégica com as pressões de potências internacionais como os EUA.
Via Certa Natal