O potiguar Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), permaneceu em silêncio durante depoimento na CPMI do INSS nesta segunda-feira (3). Ele é suspeito de envolvimento em um esquema de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.
Durante a sessão, o deputado Duarte Júnior (PSB-MA) fez duras críticas, apontando que Abraão teria mentido à comissão e se beneficiado de valores desviados. Segundo o parlamentar, a CBPA movimentou mais de R$ 123 milhões em 2023, com descontos de filiações falsas que atingiram mais de 40 mil pessoas, incluindo falecidos.
O deputado ainda citou pagamentos de quase R$ 13 milhões a empresas de fachada ligadas ao chamado “careca do INSS”, preso na Papuda, e questionou repasses de R$ 5 milhões a Edson Araújo, deputado estadual do Maranhão e vice-presidente da confederação.
Duarte Júnior pediu a prisão de Abraão por falso testemunho, afirmando que há provas de corrupção, lavagem de dinheiro e improbidade administrativa envolvendo o esquema. Abraão, no entanto, optou por permanecer calado durante toda a oitiva.