A Rússia realizou na madrugada deste domingo (7), o maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início da guerra na Ucrânia, com mais de 800 drones e 13 mísseis. Pela primeira vez, um prédio do governo ucraniano, que abriga os gabinetes dos ministros em Kiev, foi atingido. A informação é do O Antagonista.
O ataque deixou ao menos três mortos, incluindo um bebê de 3 meses, e feriu 17 pessoas, segundo autoridades ucranianas. O prédio foi parcialmente atingido, mas ainda não se sabe se o alvo foi direto ou se os danos foram causados por destroços.
Segundo a Força Aérea da Ucrânia, foram lançados 805 drones e 13 mísseis, dos quais 747 drones e quatro mísseis foram derrubados. Ainda assim, 54 drones e nove mísseis atingiram alvos em diversas regiões do país.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, informou que além do bebê, uma jovem também morreu, e uma gestante está entre os feridos internados. Uma idosa morreu em um abrigo antiaéreo no distrito de Darnytskyi, a leste do rio Dnipro.
No distrito oeste de Sviatoshynskyi, um prédio residencial de quatro andares foi parcialmente destruído, enquanto um edifício de 16 andares e outros dois prédios tiveram incêndios provocados por detritos de drones. Fumaça e destroços foram registrados em diversos bairros da capital.
Dezenas de explosões também atingiram as cidades de Kremenchuk e Kryvyi Rih, e afetaram transporte e infraestrutura urbana. Em Odesa, prédios residenciais e infraestrutura civil foram danificados, com incêndios em vários blocos de apartamentos.
“Ataque vil”
O presidente Volodymyr Zelensky classificou o ataque como “vil”.
“Tais assassinatos agora, quando a diplomacia real poderia já ter começado há muito tempo, são um crime deliberado e um prolongamento da guerra. Já foi repetidamente dito em Washington que sanções seguirão uma recusa em dialogar. Devemos implementar tudo o que foi acordado em Paris. Também contamos com a implementação de todos os acordos para fortalecer nossa defesa aérea. Cada sistema adicional salva civis desses ataques vis. O mundo pode forçar os criminosos do Kremlin a parar os assassinatos — tudo o que é necessário é vontade política. Agradeço a todos que estão ajudando.”
A primeira-ministra Yulia Svyrydenko afirmou que “vamos restaurar os prédios, mas as vidas perdidas não podem ser recuperadas” e disse que o país precisa de ações concretas, incluindo sanções mais severas contra a Rússia.
Reação europeia
Em publicação nas redes sociais, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, comentou o ataque e disse que a Rússia “está zombando da diplomacia, pisoteando o direito internacional e matando indiscriminadamente”.
“A Europa está, e continuará a estar, totalmente ao lado da Ucrânia.
Estamos reforçando as forças armadas da Ucrânia, construindo garantias de segurança duradouras e endurecendo as sanções para aumentar a pressão sobre a Rússia.
As mortes devem acabar.”
O presidente da França, Emmanuel Macron, também se manifestou nas redes sociais:
“A Rússia, mais uma vez, lançou centenas de drones e uma dúzia de mísseis sobre a Ucrânia durante a noite, atacando indiscriminadamente — incluindo áreas residenciais e a sede do governo.
Meus pensamentos estão com as vítimas, seus entes queridos, e com a Ucrânia e o povo ucraniano.
Junto com a Ucrânia e nossos parceiros, defendemos a paz.
Enquanto isso, a Rússia se afunda cada vez mais na lógica da guerra e do terror.
Ao lado da Ucrânia, continuaremos a fazer tudo para garantir que prevaleça uma paz justa e duradoura.”
O presidente da Letônia, Edgars Rinkēvičs, escreveu no X:
“A Rússia continua a escalar ao atacar agressivamente a infraestrutura civil da Ucrânia e, agora, o prédio do Governo em Kiev também foi atingido.
A mensagem é clara — o Kremlin quer guerra, não paz.
Nossa resposta deve ser mais armas para a Ucrânia e mais pressão sobre a Rússia.”